segunda-feira, 13 de abril de 2015

Concurso Universitário de Fotografia – "Fazendo Gênero" – 20 anos de Moda UVA


O Grupo de Pesquisa Design, Cultura e Comunicação e a Escola de Design da Universidade Veiga de Almeida estão abrindo um concurso para fotógrafos universitários. 

Serão selecionados até 10 fotógrafos, que terão seus trabalhos ampliados em até 60x40cm e suas imagens expostas em diferentes Campus da Universidade Veiga de Almeida durante a Semana de Moda - 20 anos (de 25 a 28 de maio de 2015), em comemoração às duas décadas do curso. As inscrições podem ser feitas pelo email fotografe.20anos@gmail.com até o dia 30 de abril.

O tema que inspira as imagens fotográficas é “Fazendo Gênero”, um estudo em imagens das questões, encontros, fronteiras e limites existentes entre os gêneros sexuais e suas diferenciações construídas ao longo do espaço e do tempo. Para mais informações, ver abaixo o projeto do PIC-UVA que inspira o concurso.

Pode participar qualquer aluno, de qualquer curso da Universidade Veiga de Almeida. Basta enviar nome completo, matrícula, CPF, RG, data de nascimento, uma pequena biografia (um ou dois parágrafos sobre si e seus trabalhos) e até duas imagens em .jpg, de 1.500 pixels. Caso seja selecionado, o aluno deverá enviar em alta definição o arquivo até o dia 10 de maio, terá sua imagem exposta em diferentes Campis da UVA e receberá uma cópia de até 30x20 cm de seu trabalho. As imagens NÃO podem ter participado de outro concurso sob pena de desclassificação.

Ao premiado, será oferecido:
Impressão de foto (s);
Suporte para as imagens na Exposição;
Montagem no espaço expositivo.

Coordenação Geral : Grupo de Pesquisa Design, Cultura e Comunicação

Orientação PHd Jussilene Santana

Ê.la: Travestismo, Transgênero e Identidade de Gênero – Um Estudo Interdisciplinar entre Moda e Teatro.

Projeto de Iniciação Científica - PIC UVA 2015.
Orientadora PhD. Jussilene Santana


O travestismo é um tema recorrente na história do Teatro, da Literatura e das Artes Visuais. Não são poucos os personagens de textos clássicos que ilustrariam essa temática. Numa rápida listagem: Orlando, de Virgínia Woolf; Albert Nobbs, de George Moore; Viagem Solitária, João Nery; Dorian Grey, de Oscar Wilde; Tootsie; Catarina da Rússia, Maria Quitéria, a Diadorim, de Grandes Sertões: Veredas, M. Butterfly, entre muitos outros.

Travestismo, por outro lado, é um assunto que cada vez mais tem ganhado notoriedade na cultura urbana e nas abordagens midiáticas. A barreira entre aquilo que define vestuário de homem e de mulher é cada vez mais tênue e as ditas “tendências” se misturam. Esse é um fenômeno social e cultural, pertencente à história, estendendo-se a várias culturas e civilizações. A presente pesquisa, portanto, pretende fazer uma reflexão acerca das motivações que tornam este tema uma referência nas mais variadas manifestações estilísticas, numa abordagem interdisciplinar a partir das diferentes contribuições dos estudos de Design de Moda e do Teatro.

Para iniciar tal enfoque, será necessário explicitar os conceitos de Travestismo, Transgênero e Identidade de Gênero. São muitas as abordagens e metodologias. A Teoria Queer é uma teoria sobre o gênero que afirma que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de uma construção social e que, portanto, não existem papéis sexuais essencial ou biologicamente inscritos na natureza humana, antes formas socialmente variáveis de desempenhar um ou vários papéis sexuais.

É preciso considerar, para o encaminhamento dessa pesquisa, a existência de um variado e dinâmico arsenal de conceitos, normas, injunções disciplinadoras e disposições de controle voltadas a estabelecer e a impor padrões e imposições normalizantes no que concerne a corpo, gênero, sexualidade e a tudo o que lhes diz respeito, direta ou indiretamente.

Quando a roupa adquire uma importância que transcende a mera necessidade de proteção do corpo, (ao ponto de se ter criado a “moda” como motor que gera tendências e envolve todos os indivíduos e se assume como um instrumento de comunicação visual), a seleção para o que se veste define-se, obviamente, a partir de fatores socioculturais, das suas vivências, da sua relação com meio, bem como o modo de expressar a sua forma de se estar.

A noção do descentramento do sujeito — ou seja, a ideia de que as faculdades intelectuais e espirituais do ser humano não são parte da sua herança biológica, embora se definam em condições biológicas, mas o resultado de uma multiplicidade de processos de socialização, através dos quais se constituem de maneira sumamente diferenciada as noções do eu, do mundo e das capacidades intelectuais para operar abstratamente com este — proporcionou o enquadramento para estudar não apenas os papéis sociais do homem ou da mulher, mas também o reconhecimento de que os indivíduos obtêm a sua condição "masculina" ou "feminina" como produtos histórico-sociais.

No presente assunto, a grande influência para a abordagem do descentramento do sujeito foi, sem dúvida, A História da Sexualidade, de Michel Foucault, na qual se tratam criticamente hipóteses muito extensas sobre os impulsos sexuais, como a distinção entre a suposta liberdade concedida ao desejo no estado natural e a opressão sexual exercida nas civilizações avançadas.
Por outra parte, os estudos literários — em especial os de Roland Barthes e Jacques Derrida e seus seguidores — exploraram extensamente as formas pelas quais uma determinada distribuição de tarefas, atributos e papéis dos sexos (performances sociais) se difunde através de textos que parecem apenas proporcionar uma descrição de fatos.


OBJETIVO
2.1 Geral: Pretende-se explorar o Travestismo como fenômeno de interesse duplo para a Moda e para o Teatro, interpelando a relação entre os conceitos “identidade de gênero” e o “papel social”. Será realizado, também, um levantamento panorâmico de casos constituintes do fenômeno ao longo da História e da Arte.

2.1 Específicos:
1.      Mapear personagens da história do Teatro que podem ser enquadrados no fenômeno Travestismo;
2.      Analisar esses episódios sob o viés da Indumentária.
3.      Formar os dois jovens pesquisadores com habilidades práticas em design e conhecimento de metodologia de pesquisa, promovendo a integração entre a teoria e a prática na formação dos pesquisadores;
4.       Investigar os diferentes conceitos teóricos do design não ortodoxo;
5.      Fomentar o processo de pesquisa entre alunos da instituição no grupo de pesquisa promovido pela Casa do Design/UVA/CNPq.
6.      Disponibilizar as principais conclusões da pesquisa a partir de eventos públicos, como mostras e exposições.
7.      Criar e manter um blog específico para a divulgação da pesquisa in process.